O Brasil ficou na posição 63ª em ciências, na 59ª em leitura
e na 66ª colocação em matemática. A prova do PISA foi aplicada em 70 países, em
2015.
Tem algo
pior que os resultados? Sim. É o fato de que o Brasil se manteve com os mesmos
resultados de 10 anos atrás. Na última década, nada melhorou na educação. E
ainda mais triste é que as perspectivas não são boas. Se nos últimos 10 anos,
com a economia em crescimento e PIB elevado, ainda assim o Brasil não avançou,
agora em meio a crises financeiras e políticas, a expectativa é de cortes de
investimento na educação. Pode gastar construindo salas, comprando computadores
e software de sistemas, mas nada vai resolver. Somente quando a carreira de
docente for atrativa financeiramente, é que teremos um avanço. Soma-se a isso,
investimentos na formação continuada de professores.
Os Estados são responsáveis pelo ensino médio. Quase a
totalidade dos recursos é federal. Recursos que deveriam ser também investidos em
qualificação de professores. Acontece que os Estados evitam investir para que
seus professores tornem-se mestres e doutores. O argumento velado é de que, ao
se tornar mestre ou doutor, o professor, quase sempre, deixa o Estado é
dedica-se apenas à iniciativa privada. Por isso, os Estados não investem em
mestrado e doutorado para seus professores. E quando o professor continua no
Estado, sua remuneração praticamente dobra, o que os Estados também não querem.
Eles fazem tudo para evitar a qualificação de seus professores. Se os Estados
ofereçam boas condições de trabalho, carreira e remuneração, evidentemente, os
professores mestres e doutores vão continuar. Continuaremos construindo escolas,
comprando tecnologia, fazendo pesquisas e discutindo mil planos. E tudo será em
vão, enquanto esse pensamento mesquinho dos políticos predominar.
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