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Mostrando postagens de 2016

ESTADOS BRASILEIROS NÃO QUEREM PROFESSORES MESTRES E DOUTORES

O Brasil ficou na posição 63ª em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. A prova do PISA foi aplicada em 70 países, em 2015. Tem algo pior que os resultados? Sim. É o fato de que o Brasil se manteve com os mesmos resultados de 10 anos atrás. Na última década, nada melhorou na educação. E ainda mais triste é que as perspectivas não são boas. Se nos últimos 10 anos, com a economia em crescimento e PIB elevado, ainda assim o Brasil não avançou, agora em meio a crises financeiras e políticas, a expectativa é de cortes de investimento na educação. Pode gastar construindo salas, comprando computadores e software de sistemas, mas nada vai resolver. Somente quando a carreira de docente for atrativa financeiramente, é que teremos um avanço. Soma-se a isso, investimentos na formação continuada de professores.          Os Estados são responsáveis pelo ensino médio. Quase a totalidade dos recursos é federal. Recursos que deveriam ser também investidos em qualifi

O PREÇO DA VIDA E O CUSTO DA GANÂNCIA

                   Ao que pese toda comoção causada por essa tragédia que interrompeu vidas de jogadores e jornalistas, não podemos fingir que não há responsáveis e que tudo é fruto do destino. A Chapecoense e os veículos de imprensa devem ser responsabilizados não pela queda do avião, mas por colocar seus funcionários numa empresa mequetrefe, de um único avião onde o dono era o piloto e negociador.          Quando se trata de vida, não devemos escolher o caminho mais barato. Essa empresinha aérea boliviana de uma única aeronave que sequer tinha um piloto - pois o dono desempenhava tal função – operava voos sem seguros, sem recursos para reabastecimento e com manutenção da aeronave suspeita. Há um antigo ditado – quando a esmola é muito até o santo desconfia.          A empresa Lamia conseguia voos oferecendo um preço bem abaixo do praticado por outras empresas. Essa diferença significativa de preços e a estrutura precária da Lamia foram negligenciadas pelo clube da Chape

MÉRITO versus INCLUSÃO: uma disputa por vagas em instituições públicas.

        Um problema, aparentemente pontual, explode nas universidades federais. Não é novo. Ficou mais evidente nos últimos anos. O número diminuto de vagas potencializa e acirra a luta de estudantes por uma cadeira nas universidades. Nessa briga, os mais abastados reivindicam que a disputa seja por mérito de conhecimento. Do outro lado, as intituladas minorias – que somadas são maioria – exigem que os critérios de inclusão sejam utilizados.          A princípio, esses dois conceitos – inclusão e mérito – poderiam conviver sem embaraços. Os que se beneficiam do critério de inclusão, não contestam o fato de que vagas sejam ofertadas por mérito de conhecimento. Entretanto, a recíproca não é verdadeira. Então surgem os litígios. Na prática, as universidades federais e estaduais são obrigadas a utilizar o sistema de cotas raciais e sociais para ocupação de vagas. Nesse sistema, a disputa por vagas se dá por questões como cor da pele, renda e origem escolar secundarista.          A id

SOBRE A OCUPAÇÃO DE ESCOLAS PÚBLICAS (o único protesto 100% pacífico é a parada gay)

Todo espaço público é aberto a todos, desde que se respeite a finalidade do local em questão. As escolas públicas não são diferentes. Suas ocupações não podem obstruir sua finalidade: de educação, de ensino e aprendizagem. Não podemos comemorar o carnaval num hospital público e muito menos atender os doentes em praça pública. Os dois locais são públicos, abertos, mas de finalidades distintas. Isso já é o bastante para que o bom-senso nos revele que as ocupações de escolas públicas não atendem o princípio de legitimidade. E ainda poderíamos considerar o fato de poucas pessoas retirarem o direito de estudar muitas pessoas. Inclusive de estudantes que concordam com as reivindicações, desde que em local adequado.                 Os protestos que se iniciaram em 2013 contra a política, partidos e governos, foram feitos em locais adequados: nas ruas e praças. O fato de esses protestos serem de natureza política, invadir o congresso e o palácio do planalto retiraria toda sua legitimid

A decadência vence a demagogia: uma perspectiva da educação

                                               Antes de tudo devo relembrar: educação está muito acima do processo de ensino-aprendizagem. Este nos forma. Ela nos coloca sempre abertos e livres. Como Edgar Morin disse, a educação nos contempla em toda nossa complexidade . Afinal, temos outras dimensões além da material. E desenvolver todas é tarefa da educação. E a eleição de Donald indica que o modelo de educação norte-americano não realiza essa tarefa.                         Trump venceu a custa de um discurso prepotente, arrogante, xenófobo, sexista, desvairado e ultrapassado. Os valores ocidentais com os quais atualmente convivemos, estão na contramão do discurso de Donald. Tolerância, respeito à diversidade: cultural, de gênero, étnica, religiosa, política e intelectual, são ideias de um senso quase comum, resultado do século XX.                         A nossa educação ocidental preocupada em apenas dar forma a um projeto de gente, somente condiciona indivíduos

Ensinar é muito animal!

            O DOM de ensinar é uma capacidade natural dos animais. Não é exclusividade humana. Muito menos de professores. Os métodos de ensino são próprios de cada espécie. O objetivo sempre o mesmo: aumentar as possibilidades de prolongar e melhorar as condições de vida. Essa ideia de que é preciso ter um certo DOM para ensinar é pura especulação retórica. É um refúgio psicológico onde os supostos detentores desse tal DOM, confortavelmente, glorificam-se. É álibi de um crime pedagógico.                 Aprender e ensinar são condições naturais da vida. Ninguém ensina uma criança a aprender. E ela aprende mesmo quando não queríamos ensiná-la. São qualidades a priori. Inatas. Assim como ninguém nos ensina a respirar após o nascimento, mas podemos desenvolver técnicas que melhoraram nossa respiração.  

PT SAUDAÇÕES!

            Era uma vez um partido político que nasceu com grandes propósitos. O principal, melhorar a vida dos trabalhadores. Suas ideias empolgavam. Igualdade e justiça eram suas bandeiras. Ideologicamente de esquerda. De fato, de direita. Essa incongruência foi a tônica durante as duas décadas de poder. Marxistamente, os trabalhadores ficaram menos pobres. Bradescoalmente , os capitalistas mais milionários. Público e privado viviam num 69. Na política ou no sexo, toda promiscuidade tem um preço a pagar. Não deu outra. Traições de parte a parte.                 Após as eleições municipais – que são as eleições que realmente importam e refletem o sentimento do povo – sobrou quase nada desse partido. Seus criadores, sequer saíram de casa para votar. Seus discípulos os negaram mais de 3 vezes, muito antes do amanhecer. Seu fim não é bom. Sua ganância de poder o levou à decadência e ao ostracismo. Ainda existem vestígios dele por aí. Suas ideias originárias, conceitualmente, ain

NOVO ENSINO MÉDIO

Toda reforma é chata. Causa incômodo. Reformar ideias é ainda mais difícil. Afinal, educação é uma ideia. Ela não é tangível. Trata-se de um conceito. Muitas vezes subjetivo. Outras vezes mal compreendido. E quando vamos dar nova forma a algo que ainda nos parece dúbio, a tarefa torna-se ingrata. Soma-se aos materiais da reforma, um bocado de ideologia e o resultado será imprevisível. Educação não é um casarão tombado pelo patrimônio histórico. Ao contrário. Ela deve estar na vanguarda do pensamento. Ela, ao lado da arte, é quem nos propõe novos modos de pensar e agir. Ela não pode ser camaleão que muda de cor ao sabor das circunstâncias. Empobrecida, ela é arma de manipulação. Usada para manter o status quo . Vilipendiada, ela é subproduto da política. Álibi dos discursos sorrateiros. Aos desavisados devo esclarecer. Educação vai muito além de uma simples formação profissional. Ela constrói pessoas, na acepção da palavra. Ensinar a usar ferramentas, até os nossos irmãos pr

COMO PENSAR NOVOS CAMINHOS?

            Educar deve ser o contrário de formar. Formar é dar forma específica a um determinado objeto de acordo com suas finalidades. Educar é colocar em suspensão tais limites impostos pela formação. É instigar novas reflexões. Perspectivas inovadoras. Rupturas de paradigmas. A formação cria habilidades. A educação desenvolve pessoas no conjunto de suas complexidades. 12 milhões de desempregados. Corrupção monstruosa. Serviços públicos capengas, ineficientes e caros. Desigualdade. Poderes político e econômico em conluio.  Justiça de braile. O Brasil é assim há décadas. A quem interessa a manutenção desse modelo? A educação é usada para a manutenção do status quo .