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A decadência vence a demagogia: uma perspectiva da educação


                    

                         Antes de tudo devo relembrar: educação está muito acima do processo de ensino-aprendizagem. Este nos forma. Ela nos coloca sempre abertos e livres. Como Edgar Morin disse, a educação nos contempla em toda nossa complexidade. Afinal, temos outras dimensões além da material. E desenvolver todas é tarefa da educação. E a eleição de Donald indica que o modelo de educação norte-americano não realiza essa tarefa.

                        Trump venceu a custa de um discurso prepotente, arrogante, xenófobo, sexista, desvairado e ultrapassado. Os valores ocidentais com os quais atualmente convivemos, estão na contramão do discurso de Donald. Tolerância, respeito à diversidade: cultural, de gênero, étnica, religiosa, política e intelectual, são ideias de um senso quase comum, resultado do século XX.

                        A nossa educação ocidental preocupada em apenas dar forma a um projeto de gente, somente condiciona indivíduos a realizarem tarefa específica. Aprendemos a construir coisas incríveis. Bombas nucleares. Mas não conseguimos dialogar com o contraditório, com o diverso e com o antagônico. Enquanto a ideia de educação se restringir apenas em ensinar e não em ser, os valores humanistas ficarão sempre no horizonte.

                        Mas se o senso-comum está tão próximo dos valores humanistas, por que Trump teve êxito com seu discurso decadente? É fato que o discurso dos democratas, em especial de Hillary e Obama, incluía tais valores. Acontece que após 8 anos no poder, Obama não conseguiu colocar em prática esses valores. Os EUA são a maior potência econômica do mundo. O modelo de Estado neoliberal tem hoje a maior desigualdade dentre os países capitalistas do ocidente. Lá, 1% dos mais ricos detém o equivalente a 90% dos mais carentes. Entre os discursos decadente e demagogo, venceu o mais autêntico.



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