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Mostrando postagens de novembro, 2016

MÉRITO versus INCLUSÃO: uma disputa por vagas em instituições públicas.

        Um problema, aparentemente pontual, explode nas universidades federais. Não é novo. Ficou mais evidente nos últimos anos. O número diminuto de vagas potencializa e acirra a luta de estudantes por uma cadeira nas universidades. Nessa briga, os mais abastados reivindicam que a disputa seja por mérito de conhecimento. Do outro lado, as intituladas minorias – que somadas são maioria – exigem que os critérios de inclusão sejam utilizados.          A princípio, esses dois conceitos – inclusão e mérito – poderiam conviver sem embaraços. Os que se beneficiam do critério de inclusão, não contestam o fato de que vagas sejam ofertadas por mérito de conhecimento. Entretanto, a recíproca não é verdadeira. Então surgem os litígios. Na prática, as universidades federais e estaduais são obrigadas a utilizar o sistema de cotas raciais e sociais para ocupação de vagas. Nesse sistema, a disputa por vagas se dá por questões como cor da pele, renda e origem escolar secundarista.          A id

SOBRE A OCUPAÇÃO DE ESCOLAS PÚBLICAS (o único protesto 100% pacífico é a parada gay)

Todo espaço público é aberto a todos, desde que se respeite a finalidade do local em questão. As escolas públicas não são diferentes. Suas ocupações não podem obstruir sua finalidade: de educação, de ensino e aprendizagem. Não podemos comemorar o carnaval num hospital público e muito menos atender os doentes em praça pública. Os dois locais são públicos, abertos, mas de finalidades distintas. Isso já é o bastante para que o bom-senso nos revele que as ocupações de escolas públicas não atendem o princípio de legitimidade. E ainda poderíamos considerar o fato de poucas pessoas retirarem o direito de estudar muitas pessoas. Inclusive de estudantes que concordam com as reivindicações, desde que em local adequado.                 Os protestos que se iniciaram em 2013 contra a política, partidos e governos, foram feitos em locais adequados: nas ruas e praças. O fato de esses protestos serem de natureza política, invadir o congresso e o palácio do planalto retiraria toda sua legitimid

A decadência vence a demagogia: uma perspectiva da educação

                                               Antes de tudo devo relembrar: educação está muito acima do processo de ensino-aprendizagem. Este nos forma. Ela nos coloca sempre abertos e livres. Como Edgar Morin disse, a educação nos contempla em toda nossa complexidade . Afinal, temos outras dimensões além da material. E desenvolver todas é tarefa da educação. E a eleição de Donald indica que o modelo de educação norte-americano não realiza essa tarefa.                         Trump venceu a custa de um discurso prepotente, arrogante, xenófobo, sexista, desvairado e ultrapassado. Os valores ocidentais com os quais atualmente convivemos, estão na contramão do discurso de Donald. Tolerância, respeito à diversidade: cultural, de gênero, étnica, religiosa, política e intelectual, são ideias de um senso quase comum, resultado do século XX.                         A nossa educação ocidental preocupada em apenas dar forma a um projeto de gente, somente condiciona indivíduos

Ensinar é muito animal!

            O DOM de ensinar é uma capacidade natural dos animais. Não é exclusividade humana. Muito menos de professores. Os métodos de ensino são próprios de cada espécie. O objetivo sempre o mesmo: aumentar as possibilidades de prolongar e melhorar as condições de vida. Essa ideia de que é preciso ter um certo DOM para ensinar é pura especulação retórica. É um refúgio psicológico onde os supostos detentores desse tal DOM, confortavelmente, glorificam-se. É álibi de um crime pedagógico.                 Aprender e ensinar são condições naturais da vida. Ninguém ensina uma criança a aprender. E ela aprende mesmo quando não queríamos ensiná-la. São qualidades a priori. Inatas. Assim como ninguém nos ensina a respirar após o nascimento, mas podemos desenvolver técnicas que melhoraram nossa respiração.